Reflexão de Grupo de P&S II
A implementação do projeto de Formação de Mediadores de Pares realizou-se no Agrupamento de Maximinos, mais concretamente nas escolas Básica 23 Frei Caetano Brandão e na Escola Secundária de Maximinos. Teve início no dia 6 de março e terminou no dia 5 de junho, totalizando 10 sessões, com duração de 45min.
Segundo a disponibilidade dos participantes formaram-se três grupos, ficando divididos da seguinte forma: 2º e 3º ciclos tinham sessões às terças e quartas, na Frei Caetano e o secundário reuniam-se às quintas-feiras.
Procedemos à criação de uma página de facebook (Formação de Mediadores de Pares) para estarmos mais próximos dos alunos e partilhar informações relevantes ao projeto.
Antes do início da implementação do projeto reunimo-nos no dia 26 de fevereiro de 2014, com a Diretora da Frei Caetano, a Acompanhante da Instituição e a Orientadora da Universidade, com o objetivo de dar a conhecer o plano de atividades, quais os alunos que iriam participar nas sessões, os dias em que iriam ocorrer tendo em conta o horário escolar e as datas dos exames dos alunos e qual o melhor horário para acontecerem as sessões do grupo de mediadores de pares. Nesta reunião, ficou também assente que iriamos participar na reunião dos Diretores de Turma, a realizar no dia 26 de março de 2014, com a finalidade de apresentar e sensibilizar para o desenvolvimento do projeto, assim como a sua importância para uma boa convivência, dentro da escola.
Neste seguimento, demos inicio às sessões, onde constatamos desde logo que a comparência às mesmas eram inconstantes, uma vez que não eram assíduos a todas as sessões. Numa sessão tanto poderiam estar presentes 2 elementos, como 10. Contudo, nas sessões em que estavam presentes, mostravam-se sempre muito motivados e empenhados, realizando as atividades propostas com satisfação.
Durante as sessões houve a necessidade de adaptar/ajustar ou alterar o plano de atividades previsto, exemplo disto, no grupo C, a primeira atividade prevista seria o novelo de lã e devido à falta de comparência dos participantes, optou-se por fazer outro tipo de apresentação, através de desenhos.
Ao longo do desenvolvimento do projeto, tendo em conta os constrangimentos sentidos, fomos passando por várias fases no que diz respeito às emoções e sentimentos, desde a frustração à motivação. A união e interajuda do grupo permitiu-nos superar os momentos menos bons e reajustar o plano de atividades das próximas sessões.
A falta de comparência às sessões devia-se, muitas vezes, à falta de maturidade, característica da idade dos formandos e o facto de terem de estudar para os testes era, igualmente, motivo para a não comparência. Segundo Cruz (1989, p. 111), “a ansiedade nos testes e exames constitui um motivo de preocupação crescente para os alunos, professores, pais e psicólogos”.
No que diz respeito ao interesse e motivação dos participantes, podemos referir que foi uma preocupação constante na elaboração do plano de atividades incluir neste atividades que conduzissem à máxima participação dos formandos, estimulando, assim, a sua motivação, interesse e respetiva aprendizagem. Segundo Coutinho (s/d, p. 1)
a aprendizagem é um processo activo de construir, não adquirir conhecimento e o objectivo do processo instrutivo é ajudar a essa construção, não transmitir conhecimento. (…) é o aprendiz quem detém o papel principal: ele passa de um processador de conhecimento, papel que lhe outorgava o cognitivismo para um construtor do conhecimento, ou seja passa a ser o centro do processo e tudo os demais elementos - professor, os conteúdos, os média, o ambiente – fazem sentido apenas se contribuírem para criar condições para que o aprendiz construa o conhecimento.
Na nossa perspetiva, a falta de adesão por parte dos alunos também pode ser explicada pelo pouco envolvimento da comunidade escolar no projeto desenvolvido, o que seria uma mais-valia num próximo projeto, ter uma maior preocupação na sensibilização dos elementos da comunidade escolar, de forma a divulgar mais o projeto. Tal como refere Morgado (2009, p. 50) “neste sentido, o sucesso de um projeto de mediação na escola depende do envolvimento de todos os atores do contexto escolar”.
De forma a ultrapassar os constrangimentos sentidos neste projeto, como estratégias podemos propor: maior divulgação do projeto na escola, nomeadamente, através de cartazes; reunir mais vezes com alguns elementos da comunidade escolar e convidá-los a assistirem a algumas sessões e até mesmo implicá-los nas atividades de modo a terem uma participação mais ativa ao longo do desenvolvimento do projeto.
Poderíamos ter dado a conhecer a nossa página de facebook a toda a comunidade escolar e não só aos formandos, para que se pudessem partilhar informações relacionadas com a mediação.
Uma vez que os Diretores de Turma têm um papel central e um contato privilegiado com os alunos, poderíamos ter obtido algum feedback junto dos mesmos, com o intuito de perceber se existiram mudanças comportamentais por parte dos formandos.
Apesar de tudo e em jeito de conclusão, consideramos que o projeto teve uma avaliação positiva, na medida em que muitos alunos perguntaram acerca da continuidade do projeto, no próximo ano letivo e um formando chegou mesmo a mediar, com sucesso, um conflito entre colegas. Segundo os inquéritos por questionário preenchidos pelos formandos na sessão de entrega dos certificados, pudemos apurar que todos gostaram de participar na Formação de Mediadores de Pares, referindo mesmo que “aprendi como resolver um conflito”, “contribuiu para ser uma pessoa melhor”, “porque me diverti enquanto aprendia”.
Relativamente à organização e realização das sessões de formação, os participantes referiram que a única coisa a alterar seria o horário.
No que concerne às aprendizagens mais significativas deste processo, podemos referir que consistiram na conceção, implementação e avaliação de projetos educativos e desenvolvemos, igualmente, competências transversais, nomeadamente ao nível das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), comunicação oral, gestão de conflitos, formas de lidar com os improvisos e trabalho colaborativo e cooperativo.