Diário de Bordo 1
Sessão número 1 - Apresentação
A primeira sessão do grupo do terceiro ciclo da escola secundária de Maximinos teve lugar no dia 6 de Março pelas 17horas, na sala 5.5 dessa escola.
Os objetivos dessa sessão eram: proceder à apresentação dos participantes/formandos e formadora, conhecer as expetativas de todos os participantes na formação e fazer uma breve introdução ao conceito de mediação assim, como explicar em que consiste o programa de mediadores de pares, apresentando os temas e objetivos a serem abordados e os conteúdos a explorar e respetivo funcionamento da formação.
Durante o desenvolvimento desta planificação, o grupo de trabalho definiu as seguintes estratégias de abordagem para a apresentação dos participantes e expetativas: primeiramente, escolhemos dinamizar a sessão com a atividade “O novelo de lã” seguida da atividade denominada “O Contrato”.
Na primeira atividade, com os participantes sentados em círculo, explicava-se o desenvolvimento da dinâmica, que consistia em entregar aleatoriamente o novelo a um elemento e que deveria passá-lo a outro, segurando sempre a ponta do novelo. Ao receber o novelo, o elemento deveria apresentar-se e enumerar uma expetativa relativa à formação de mediadores de pares. Seguidamente, procedíamos a uma reflexão conjunta sobre a atividade e as expetativas dos sujeitos em formação e formadora. A segunda atividade tinha como finalidade apresentar o programa de mediadores de pares e, para tal, entregámos aos participantes um guião com a estrutura do plano de atividades, assim como os conteúdos a abordar.
Quando definimos as atividades, tomámos como referência o manual “Mediação de conflitos em instituições educativas” de Torrego (2003), isto porque além de ser um autor de referência nesta área e o programa proposto já ter dado provas de que resulta, ele ajustava-se aos objetivos por nós propostos para esta projeto.
Para que tudo estivesse preparado para acolher os participantes e implementar as atividades propostas, cheguei à escola por volta das 16h15minutos, pois precisava de verificar os recursos físicos, materiais e audiovisuais necessários, ou seja, precisava de dispor a cadeiras em círculo, certificar-me que o computador e videoprojetor estavam a funcionar e organizar os guiões do plano de atividades. Nesta primeira sessão, além do nervosismo que penso ser normal, sentia-me preocupada e um pouco insegura, uma vez que não sabia com o que contar, já que o contacto com os participantes não tinha sido muito. Embora durante a aplicação do inquérito por questionário e do convite, os voluntários da formação tivessem mostrado muita curiosidade, as dúvidas eram muitas. Depois de preparar tudo, aguardei pela chegada dos participantes que se veio a mostrar uma verdadeira frustração, pois nesta primeira sessão apareceram unicamente dois formandos, o que me fez questionar o porquê?, o que se teria passado?, não foram eles avisados?, onde falhámos? Para informar os alunos da data, hora e local da sessão colocámos a respetiva informação no facebook que criámos e aquando o convite feito aos alunos avisámo-los que toda a informação pertinente para a formação de mediadores de pares seria lá colocada e, se tivessem dúvidas podiam fazê-las chegar até nós através dessa mesma via; em relação aos alunos que não possuíam facebook, ficámos com os contatos de e-mail. Os responsáveis da escola e técnicos também eram conhecedores destas informações, aos quais os alunos também podiam recorrer, inclusive pedimos a colaboração aos Diretores de Turma para que estes avisassem os alunos da data e que escrevessem na caderneta. Ao que pude apurar junto destes dois alunos, eles foram avisados pelos Diretores de Turma; quanto aos outros, só posso chegar à conclusão que houve uma falha de comunicação. Aliás, este foi, desde o início do projeto, no meu ponto de vista, o maior constrangimento com que o grupo se deparou, mesmo com a nossa acompanhante na instituição que sempre se mostrou muito motivada, interessada e disponível, mas na realidade, devido às suas obrigações profissionais, não dispunha de muito tempo para nós, o que acabava por ser um entrave à comunicação.
Nesta sessão, a Dra. Neusa teve a preocupação de me telefonar pouco antes das 17h e como lhe disse que só tinha dois alunos ela apareceu pouco antes do final da sessão, para ver se tinha aparecido mais alguém e tentar perceber o que se passou com os alunos que faltaram, o que se revelou inconclusivo, por isso, ela comprometeu-se a chamar os alunos que faltaram para saber o que se passou e informá-los da data da próxima sessão.
Durante a realização das atividades, a insegurança que sentia deu lugar a um sentimento quase de impotência por não conseguir fazer nada no que diz respeito aos alunos que faltaram, mas, nesse momento, o mais importante era dar atenção aos presentes. Assim, uma vez que só tinha dois participantes, mudei de estratégia: não realizámos a primeira atividade, já que era praticamente impossível e não conseguia, através da teia formada, debater a importância do trabalho de grupo, da coesão e da cooperação, pelo que recorremos a uma apresentação através de desenhos, onde cada um teria que desenhar coisas (que gostassem ou não) que os identificassem, depois mostrar o desenho, fazer uma breve apresentação de si e do seu desenho e, por fim, falar um pouco das suas expetativas para esta formação. Para terminar a sessão, entreguei o guião da estrutura do plano de atividades, relatando em que consistia o programa, como estava estruturado, os conteúdos e o que estava proposto fazer.
Como para a próxima sessão esperava ter mais participantes, decidi esperar por notícias da Dra. Neusa e se estas não fossem animadoras, iria, pessoalmente, à escola para falar com os alunos antes da sessão para perceber o que se passava e se seria necessário traçar outras estratégias de aproximação, como tentar convidar outros alunos, fazer sensibilizações para as turmas ou outras atividades que permitissem fazer chegar a mediação aos alunos e à comunidade escolar.
De forma a prevenir que acontecesse a mesma coisa e para ter a certeza de que a mensagem/informações chegassem a todos os participantes, iria pedir-lhes os seus contactos, quer telefónicos quer eletrónicos, assegurando-me que, ao enviar alguma informação/aviso, pedia que passassem a mensagem aos colegas.
No final e apesar de só ter dois participantes, faço um balanço positivo da sessão, consegui que os sujeitos em formação participassem, penso que consegui motivá-los e estes mostraram-se contentes com a sessão. Na minha opinião, a estratégia de alterar a primeira atividade revelou-se acertada, a dinâmica escolhida foi encarada de forma divertida, nova e motivadora, uma estratégia inovadora à qual eles, no contexto escolar, não estavam habituados. Quanto à atividade “O novelo de lã”, realizá-la-ia na sessão seguinte, caso aparecessem mais participantes.