Diário de Bordo 2

 
 

Dia 19 de março de 2014

    Neste dia, dei início ao Módulo II, referente à Comunicação. Esta sessão da Formação de Mediadores de Pares começou com alguns contratempos ao nível das tecnologias. Uma vez que a primeira atividade consistia na visualização de um vídeo alusivo ao tema (comunicação), para posterior reflexão, necessitava de projetar o mesmo para que os alunos pudessem ver; no entanto, o computador da sala onde me encontrava não estava a dar som e os alunos entretanto estavam a chegar. Para tentar solucionar o problema, fui requisitar umas colunas, mas, quando as experimentei, também não estavam a funcionar, pois emitiam bastante ruído. Postos estes entraves, como levei o meu computador e o grupo era pequeno (7 formandos) decidi que seria melhor vermos o vídeo através do meu computador.

   Durante a tentativa de resolução destes problemas informáticos, o grupo encontrava-se em conversas paralelas animadas, o que despoletou, consequentemente, o aumento de conversas paralelas durante a sessão, tendo mesmo de interrompê-la algumas vezes para os chamar a atenção relativamente ao seu comportamento.

    Antes do início da sessão propriamente dita, o formando X mostrou-nos (a mim e à nossa Acompanhante da Instituição, que se encontrou na sessão durante os primeiros 5 min., pois de seguida foi chamada para atender um telefonema importante) um documento que elaborou, com base na pesquisa que fez sobre o conceito de Mediação. Explicou que o seu intuito era que, se houvesse tempo, poderíamos proceder à discussão com o grupo sobre o conteúdo do documento. Esta sua iniciativa foi algo que me deixou muito contente e com ainda mais motivação para a continuação da implementação deste projeto.     Deste modo e como não poderia deixar de ser, eu e a minha Acompanhante da Instituição reforçámos, positivamente, a sua atitude e também o quão importante é a participação positiva de todos nesta formação.

    Após este momento, procedemos à visualização do vídeo, que foi alvo de muita atenção por parte dos formandos. De seguida, procedemos à discussão do vídeo, evidenciando as partes mais importantes do mesmo e em que medida é que percebiam em que partes do vídeo se enquadrava o conceito de comunicação. Deste modo, tentei encaminhar a discussão no sentido de entenderem o que é a comunicação; quais são os tipos de comunicação que existem e se os mesmos estavam presentes no vídeo; questionei-os acerca da existência de uma boa ou má comunicação, segundo o vídeo e em que partes do mesmo se evidenciavam; questionei-os sobre o seu conhecimento acerca dos elementos da comunicação (emissor, recetor, canal, barreiras/obstáculos/ruído e redundância). Neste último ponto, os seus conhecimentos estavam mais direcionados para o emissor e o recetor, no entanto, permiti que exprimissem o que entendem pelos outros elementos; apesar dos nomes dados a esses elementos, a sua explicação quanto ao conceito era muito próxima da verdadeira. Por último, trouxe ao momento da discussão/reflexão a questão da importância da comunicação, isto é, se realmente ela é importante ou não e porquê. Através desta sessão percebi que os formandos tinham um vasto conhecimento ao nível da comunicação, tanto nos aspetos positivos que a comunicação proporciona, como nos tipos de comunicação existentes e quais são as características de cada um deles.

    De seguida, procedi ao início da atividade dois, que pretendia treinar competências de comunicação. Esta atividade foi desenvolvida de forma diferente daquilo que estava previsto, pois, inicialmente, os formandos iriam dividir-se em pares. No entanto, para além do número de formandos ser pequeno, penso que seria mais estimulante fazer a atividade em grupo. Assim, pedi que se dividissem em dois grupos (um grupo de 3 e outro grupo de 4). De seguida, pedi-lhes que escolhessem uma pessoa de cada grupo que teria que explicar a palavra aos colegas sem que pudesse dizer as 5 palavras que se encontravam abaixo da palavra principal. Desta forma, distribui 8 palavras a cada grupo, deixando de parte as palavras “mediação” e “escola” para que depois escolhessem de novo um elemento que explicasse a palavra aos colegas, mas, neste caso, a palavra seria explicada ao grupo todo.

    Com o desenvolvimento desta atividade, constatei que os formandos estavam mais animados, pois o facto de terem que acertar numa palavra proporcionava-lhes mais interesse e motivação para fazer a atividade. Ambos os grupos concluíram a atividade com sucesso; no entanto, no início tiveram alguma dificuldade em encontrar palavras diferentes daquelas que não podiam dizer para explicar a palavra-chave. No entanto, após perceberem a lógica do jogo e “darem asas à sua imaginação”, a descoberta das palavras foi rápida.

No final desta parte do jogo, escolheram outro elemento para fazer adivinhar as duas palavras que deixei de parte, aos restantes colegas. Apesar de eu pensar que a palavra “mediação” seria mais complicada de adivinhar, o formando Y foi perspicaz e rapidamente fez com que os colegas adivinhassem. Algo que aconteceu também na palavra “escola”.

Após o desenvolvimento desta atividade, questionei-os sobre qual seria o propósito desta e após as suas respostas, procedi ao término da sessão com uma síntese dos conhecimentos mais importantes que retiveram, desenvolvidos ao longo da sessão.

Após refletir sobre todo o desenvolvimento da sessão, percebi que a segunda atividade poderia ter sido mais eficaz, no sentido de treinar mais afincadamente as competências de comunicação se o número de palavras proibidas, ou seja, as palavras que os formandos não poderiam dizer para explicar a palavra, fosse maior. Isto é, em vez de serem 5 palavras poderiam ser 10. Penso que com o aumento do número de palavras proibidas, os formandos teriam necessidade de pensarem em formas diferentes para explicarem qual o conceito ou objeto a adivinhar.